56

Sede generosos e senti a alegria e a fortaleza das famílias numerosas. Aos casais que não querem ter filhos, eu envergonho-os: se não quereis ter filhos, sede continentes! Penso, e digo-o sinceramente, que não é cristão recomendar que os cônjuges se abstenham em períodos em que a natureza deu à mulher a capacidade de procriar*.

Nalguns casos concretos, sempre de acordo com o médico e o sacerdote, poderá e deverá mesmo ser permitido. Mas não se pode recomendar como regra geral. Disse-vos, com palavras muito fortes*, que seríamos muitos os que iríamos cuspir na campa dos nossos pais, se soubéssemos que tínhamos vindo ao mundo contra a sua vontade, que não tínhamos sido fruto do seu amor limpo. Graças a Deus, geralmente temos de agradecer ao Senhor ter nascido numa família cristã, à qual, em grande medida, devemos a nossa vocação.

Recordo que um filho meu, que trabalhava num país em que estavam muito generalizadas as teorias sobre a limitação da natalidade, respondeu, em tom de brincadeira, a uma pessoa que o questionava sobre este assunto: assim, dentro de pouco tempo, não haverá no mundo senão negros e católicos*. Mas isto não é compreendido pelos católicos de nações onde são minoria, porque não aprofundam nessa realidade – que tem um profundo fundamento teológico – de que o casamento cristão é o meio que o Senhor dispôs, na sua providência corrente, para fazer crescer o Povo de Deus.

Pelo contrário, os inimigos de Cristo, mais astutos, parecem ter um senso comum apurado e assim, em países de regime comunista, é dada cada vez mais importância às leis da vida e às energias criadoras do homem, que inserem, como fatores determinantes, nos seus planos ideológicos e políticos.

Este ponto noutra língua