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O vosso trabalho apostólico, meus filhos, não é uma tarefa eclesiástica*. E, embora não haja inconveniente em que alguns façais parte de associações de fiéis, não será isso o normal, porque o apostolado específico para o qual a Obra vos prepara – o que Deus quer de nós – não tem cariz confessional*.

Vivemos, com essa discrição, uma maravilhosa humildade coletiva, porque trabalhando em silêncio, sem nos vangloriarmos de êxitos ou triunfos – mas, repito, sem mistérios nem segredos, de que não precisamos para servir a Deus –, passais despercebidos entre os demais fiéis católicos – porque é isso que sois: fiéis católicos –, sem receberdes aplausos pela boa semente que semeais.

Contudo, sobretudo em zonas rurais – onde o contrário poderia parecer estranho –, alguns de vós podeis trabalhar nas confrarias e noutras obras apostólicas paroquiais, procurando animá-las, vivificá-las, mas, habitualmente, sem exercer cargos. Por esta razão, aqueles que dirigem associações de fiéis que – infelizmente – desejem o monopólio, não devem temer que lhes tiremos a sua ditadura exclusivista, porque o nosso critério é que, para fazer o seu trabalho, já lá estão eles. Temos de atuar ao nosso próprio modo, muito diferente.

Mas, como fiéis cristãos que sois, se as circunstâncias do ambiente e a maior eficácia do apostolado não aconselharem outra coisa, não vos ausenteis do culto público que a sociedade, enquanto tal, é obrigada a prestar ao Senhor. Sofri muitas vezes ao contemplar manifestações de culto em que a comunidade estava ausente, não aparecia nelas a família, o povo de Deus. Estou certo de que, se fordes fiéis, será uma realidade esse culto público, sóbrio e digno, sem exibicionismos nem extremismos que muitas vezes o transformam em algo pitoresco.

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