50

Por vezes, essas pessoas murmuradoras pertencem a algum grupo oficial, que administra o dinheiro dos contribuintes contra a vontade dos cidadãos do país; e, ao mesmo tempo, gostariam que não pudéssemos respirar, que não tivéssemos o direito de trabalhar nem de sacrificar-nos, vivendo de maneira pobre, para sustentar e realizar obras de beneficência, de educação, de cultura, de divulgação cristã. São inimigos da liberdade – da liberdade dos outros, é claro – e querem discriminar os cidadãos.

Todas as associações, sejam de que tipo forem – religiosas, artísticas, desportivas, culturais, etc. –, necessariamente hão de ter e movimentar algum dinheiro, para sustentar os meios necessários à realização dos seus fins: quem fizer disso um motivo de escândalo, revela-se, no mínimo, insensato.

Quando se fala de associações religiosas, surge imediatamente como exemplo a Sociedade Bíblica ou o Exército de Salvação*, que possui bancos, companhias de seguros, etc. Ninguém se escandaliza: precisam desses meios para levar a cabo a sua ação de propaganda e de beneficência. Em muitos Estados, para além de não se criticar a atividade económica destas associações religiosas, não as tributam; estão isentas do pagamento de impostos, devido à ação social que desenvolvem.

É de justiça, portanto, que – em todo o mundo – as entidades oficiais nos façam empréstimos e até doações. Quando o fazem, estão apenas a cumprir o seu dever; pois, com o nosso trabalho público e social, aliviamo-las de parte das suas obrigações: essas autoridades, se ajudarem da mesma forma que ajudam outras instituições culturais e caritativas, não farão mais do que o que é justo.

Este ponto noutra língua