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Há 2 pontos em «Amigos de Deus» cujo tema é Fortaleza → no trabalho e na cruz.

Portanto, meus caríssimos irmãos, - de novo a voz de S. Paulo - permanecei firmes e inabaláveis, sempre generosos em trabalhar para o Senhor, sabendo que o vosso trabalho não fica sem recompensa de Deus. Vêdes? É todo um conjunto de virtudes que pomos em jogo ao desempenhar a nossa profissão, com o propósito de a santificar: a fortaleza, para perseverarmos no nosso trabalho, apesar das naturais dificuldades, sem nos deixarmos vencer pelo abatimento; a temperança, para nos gastarmos sem reservas e para superarmos a comodidade e o egoísmo; a justiça, para cumprirmos os nossos deveres com Deus, com a sociedade, com a família, com os colegas; a prudência, para sabermos o que convém fazer em cada caso e lançarmo-nos à obra sem demora… E tudo, insisto, por Amor, com o sentido vivo e imediato da responsabilidade do fruto do nosso trabalho e do seu alcance apostólico.

Obras são amores e não boas razões, diz o refrão popular e penso que é desnecessário acrescentar-lhe mais alguma coisa.

Senhor, concede-nos a tua graça. Abre-nos a porta da oficina de Nazaré, com o fim de aprendermos a contemplar-Te a Ti, com a tua Mãe Santa Maria e com o Santo Patriarca José - a quem tanto amo e venero - todos três dedicados a uma vida de trabalho santo. Sensibilizar-se-ão os nossos pobres corações, procurar-Te-emos e encontrar-Te-emos no trabalho diário, que Tu desejas que convertamos em obra de Deus, em obra de Amor.

Torna a olhar de novo para a tua vida e pede perdão por esse pormenor e aquele outro que saltam imediatamente aos olhos da tua consciência; pelo mau uso que fazes da língua; por esses pensamentos que giram continuamente à volta de ti mesmo; por esse juízo crítico consentido que te preocupa tontamente, causando-te uma contínua inquietação e pesadelo… Podeis ser muito felizes! O Senhor quer-nos contentes, ébrios de alegria, andando pelos mesmos caminhos de felicidade que Ele percorreu! Só nos sentimos desgraçados quando nos empenhamos em sair do caminho e em meter por esse atalho do egoísmo e da sensualidade; e muito pior ainda se entramos no dos hipócritas.

O cristão tem de manifestar-se autêntico, veraz, sincero em todas as suas obras. Na sua conduta deve transparecer um espírito: o de Cristo. Se alguém tem neste mundo a obrigação de mostrar-se consequente, é o cristão, porque recebeu em depósito, para fazer frutificar esse dom, a verdade que liberta e salva. Padre, perguntar-me-eis, e como conseguirei essa sinceridade de vida? Jesus Cristo entregou à sua Igreja todos os meios necessários: ensinou-nos a rezar, a conviver com o Seu Pai Celestial; enviou-nos o Seu Espírito, o Grande Desconhecido, que actua na nossa alma; deixou-nos esses sinais visíveis da graça que são os sacramentos. Usa-os. Intensifica a tua vida de piedade. Faz oração todos os dias. E não afastes nunca os teus ombros do peso gostoso da Cruz do Senhor.

Foi Jesus quem te convidou a segui-lo como bom discípulo, com o fim de realizares a tua passagem pela terra semeando a paz e a alegria que o mundo não pode dar. Para isso - insisto - tens de andar sem medo à vida e sem medo à morte, sem fugir a todo o custo da dor que, para o cristão, é sempre um meio de purificação e ocasião de amar verdadeiramente os seus irmãos, aproveitando as mil circunstâncias da vida ordinária.

Passou o tempo. Tenho que pôr termo a estas considerações, com as quais tentei mover a tua alma, para que respondesses concretizando alguns propósitos, poucos, mas bem determinados. Pensa que Deus te quer contente e que, se dás da tua parte o que podes, serás feliz, muito feliz, felicíssimo, mesmo que em nenhum momento te falte a Cruz. Mas essa Cruz já não é um patíbulo, mas o trono no qual reina Cristo. E a Seu lado, Sua Mãe, nossa Mãe também. A Virgem Santa alcançar-te-á a fortaleza que necessitas para seguir com decisão os passos de seu Filho.

Referências da Sagrada Escritura
Referências da Sagrada Escritura