Lista de pontos
Para que não o imites, copio de uma carta este exemplo de covardia: "Antes de mais, agradeço-lhe muito que se lembre de mim, porque necessito de muitas orações. Mas também lhe agradeço que, ao suplicar ao Senhor que me faça “apóstolo”, não se esforce em pedir-Lhe que me exija a entrega da liberdade".
Surgiram nuvens negras de falta de vontade, de perda de entusiasmo. Caíram aguaceiros de tristeza, com a clara sensação de te encontrares atado. E, como remate, vieram os desânimos, que nascem de uma realidade mais ou menos objectiva: tantos anos a lutar… e ainda estás tão atrasado, tão longe!
Tudo isso é necessário, e Deus conta com isso. Para conseguirmos o "gaudium cum pace" - a paz e a alegria verdadeiras - havemos de acrescentar à certeza da nossa filiação divina, que nos enche de optimismo, o reconhecimento da nossa própria fraqueza pessoal.
É verdade que ninguém pode ter a certeza da sua perseverança… Mas essa incerteza é mais um motivo de humildade, e prova evidente da nossa liberdade.
Nunca te tinhas sentido tão livre, libérrimo, como agora que a tua liberdade está tecida de amor e desprendimento, de segurança e insegurança, porque já não te fias em nada de ti, e te fias em tudo de Deus.
Amar é não albergar senão um pensamento: viver para a pessoa amada, não se pertencer a si mesmo, estar submetido, venturosa e livremente, com a alma e o coração, a uma vontade alheia - e ao mesmo tempo própria.
Grita-lhe com força, porque esse grito é loucura de apaixonado: - "Senhor, embora eu te ame… não te fies de mim! Ata-me a Ti, cada dia mais!".
Documento impresso de https://escriva.org/pt-pt/book-subject/surco/32590/ (09/05/2024)