Lista de pontos
Um filho de Deus não tem medo da vida nem medo da morte, porque o fundamento da sua vida espiritual é o sentido da filiação divina: Deus é meu Pai, pensa, e é o Autor de todo o bem, é toda a Bondade.
- Mas tu e eu procedemos, de verdade, como filhos de Deus?
Como amava a Vontade de Deus aquela doente que atendi espiritualmente!: via na doença, longa, penosa e multíplice (não tinha nada são), a bênção e as predilecções de Jesus; e, ainda que afirmasse na sua humildade que merecia castigo, a terrível dor que em todo o seu organismo sentia não era castigo, era uma misericórdia.
Falámos da morte. E do Céu. E do que havia de dizer a Jesus e a Nossa Senhora… E de como dali "trabalharia" mais que aqui… Queria morrer quando Deus quisesse… - Mas - exclamava, cheia de alegria - ai, se fosse hoje mesmo! Contemplava a morte com a alegria de quem sabe que, ao morrer, vai ter com o seu Pai.
Não temas a morte. É tua amiga!
Procura acostumar-te a essa realidade, assomando com frequência à tua sepultura: e ali, olha, cheira e palpa o teu cadáver apodrecido, há oito dias defunto.
- Lembra-te disto, especialmente, quando o ímpeto da tua carne te perturbar.
Ao abrir-me a alma, dizia: "Pensava estes dias na morte, como num descanso, apesar dos meus crimes. E considerava: se me comunicassem: 'chegou a hora de morrer', com que gosto responderia: 'chegou a hora de Viver'".
Morrer é uma coisa boa. Como pode ser que haja quem tenha fé e, ao mesmo tempo, medo da morte?… Mas, enquanto Nosso Senhor te quiser manter na terra, morrer, para ti, é uma cobardia. Viver, viver e padecer e trabalhar por Amor: isto é o que te compete.
Ao menos uma vez ao dia, põe-te com o pensamento no transe da morte, para ver com essa luz os acontecimentos de cada jornada.
Asseguro-te que terás uma boa experiência da paz que essa consideração produz.
Documento impresso de https://escriva.org/pt-pt/book-subject/forja/32678/ (05/05/2024)