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Jesus Cristo, Nosso Senhor, encarnou e tomou a nossa natureza, para se mostrar à humanidade como modelo de todas as virtudes. Aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, convida-nos Ele.

Mais tarde, quando explica aos Apóstolos o sinal pelo qual os reconhecerão como cristãos, não diz: porque sois humildes. Ele é a pureza mais sublime, o Cordeiro imaculado. Nada podia manchar a sua santidade perfeita, sem mácula. Mas também não diz: saberão que se encontram diante de discípulos meus, porque sois castos e limpos.

Passou por este mundo com o mais completo desprendimento dos bens da terra. Sendo Criador e Senhor de todo o universo, faltava-lhe até um sítio onde pudesse reclinar a cabeça. No entanto, não comenta: saberão que sois dos meus porque não vos apegastes às riquezas. Permanece quarenta dias e quarenta noites no deserto em jejum rigoroso, antes de se dedicar à pregação do Evangelho. E também não afirma aos seus: compreenderão que servis a Deus, porque não sois comilões nem bebedores.

A característica que distinguirá os apóstolos, os cristãos autênticos de todos os tempos, já a ouvimos: nisto - precisamente nisto - conhecerão todos que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros.

Parece-me perfeitamente lógico que os filhos de Deus se tenham sentido sempre comovidos - como tu e eu neste momento - perante essa insistência do Mestre. O Senhor não estabelece como prova de fidelidade dos seus discípulos os prodígios ou os milagres inauditos, apesar de lhes ter conferido o poder de os realizarem, pelo Espírito Santo. O que lhes comunica? Conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros.

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