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Quero fazer notar, além disso, que falar da presença de pessoas que pertencem ao Opus Dei na política espanhola como se tal constituísse um fenómeno especial, é uma deformação da realidade que se aproxima da calúnia. Porque os sócios do Opus Dei que actuam na vida pública espanhola são uma minoria em comparação com o total de católicos que intervêm activamente neste sector. Sendo católica a quase totalidade da população espanhola, é estatisticamente lógico que sejam católicos os que participam na vida política. Mais ainda, em todos os níveis da administração pública espanhola - desde os ministros aos presidentes de câmara - abundam os católicos provenientes das mais diversas associações de fiéis: alguns ramos da Acção Católica, a Associação Católica Nacional de Propagandistas, cujo primeiro presidente foi o Cardeal Herrera, as Congregações Marianas, etc.

Não quero alargar-me mais sobre este assunto, mas aproveito a ocasião para declarar uma vez mais que o Opus Dei não está vinculado a nenhum país, a nenhum regime, a nenhuma tendência política, a nenhuma ideologia. E que os seus sócios actuam sempre, nas questões temporais, com plena liberdade, sabendo assumir as suas próprias responsabilidades, e detestam todas as tentativas de se servir da religião em benefício de posições políticas e de interesses de partido.

As coisas simples são às vezes difíceis de explicar. Por isso me alonguei um pouco ao responder à sua pergunta. Saiba-se, no entanto, que os falatórios que comentávamos pertencem já ao passado. Essas calúnias estão há bastante tempo totalmente desclassificadas: já ninguém acredita nelas. Nós, desde o primeiro momento, agimos sempre à luz do dia - não havia motivo algum para agir de outra maneira -, explicando com clareza a natureza e os fins do nosso apostolado, e todos os que querem têm podido conhecer a realidade. De facto, são muitíssimas as pessoas - católicos e não-católicos, cristãos e não-cristãos - que vêem com carinho e estima o nosso trabalho e colaboram nele.

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