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Não vos esqueçais de que, em certas ocasiões, não é possível evitar as zangas entre os esposos. Nunca discutais diante dos vossos filhos; fá-los-eis sofrer e eles tomarão o partido de uma das partes, contribuindo talvez para aumentar inconscientemente a vossa desunião. Todavia, discutir, desde que não seja muito frequentemente, é também uma manifestação de amor, quase uma necessidade. A ocasião, não o motivo, costuma ser o cansaço do marido, esgotado pelo seu trabalho profissional; a fadiga - oxalá não seja o aborrecimento - da mulher que teve de aturar os filhos e o serviço ou lutar com o seu próprio carácter, às vezes pouco firme; embora vós, as mulheres, sejais mais firmes que os homens se vos decidis a isso.

Evitai a soberba, que é o maior inimigo da vossa vida conjugal: nas vossas pequenas zangas, nenhum dos dois tem razão. O que estiver mais sereno deve dizer uma palavra que guarde o mau humor até mais tarde. E mais tarde - a sós - discuti, que depois fareis as pazes.

Vós, mulheres, pensai que talvez vos descuideis um pouco no arranjo pessoal; recordai o provérbio que a mulher composta tira o homem de outra porta: é sempre actual o dever de aparecerdes amáveis como quando éreis noivas, dever de justiça porque pertenceis ao vosso marido; e ele também não se deve esquecer de que é vosso e de que tem a obrigação de ser, durante toda a vida, afectuoso como um noivo. Mau sinal, se sorrirdes com ironia ao lerdes este parágrafo; seria uma demonstração evidente de que o afecto familiar se tinha convertido em gélida indiferença.

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