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Cada um destes gestos humanos é gesto de Deus. Em Cristo habita toda a plenitude da divindade corporalmente. Cristo é Deus feito homem; homem perfeito; homem cabal. E, na sua humanidade, dá-nos a conhecer a divindade.

Ao recordarmos esta delicadeza humana de Cristo, que gasta a sua vida em serviço dos outros, fazemos muito mais do que descrever um modo possível de nos comportarmos: estamos a descobrir Deus. Toda a actuação de Cristo tem um valor transcendente; dá-nos a conhecer o modo de ser de Deus; convida-nos a crer no amor de Deus, que nos criou e que quer levar-nos até à sua intimidade. Manifestei o teu nome aos homens que, do mundo, me deste. Eram teus e Tu deste-mos, e eles guardaram a tua palavra. Agora sabem que tudo quanto me deste vem de Ti, exclamou Jesus na longa oração que o Evangelista João nos conserva.

Portanto, o convívio de Jesus com os homens não fica em meras palavras nem em atitudes superficiais; Jesus toma a sério o homem e quer dar-lhe a conhecer o sentido divino da sua vida. Jesus sabe exigir, colocar os homens perante os seus deveres, arrancar do comodismo e do conformismo os que O escutam, para levá-los a conhecer o Deus três vezes santo. A fome e a dor comovem Jesus, mas sobretudo comove-O a ignorância: Viu Jesus uma grande multidão e compadeceu-Se deles, porque eram como ovelhas sem pastor. Começou então a ensiná-los demoradamente.

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