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São tantas as cenas em que Jesus Cristo fala com o seu Pai, que se torna quase impossível determo-nos em todas. Mas penso que não podemos deixar de considerar as horas, tão intensas, que precederam a sua Paixão e Morte, quando se prepara para consumar o Sacrifício que nos reconduzirá ao Amor Divino. Na intimidade do Cenáculo o seu Coração transborda, dirige-se suplicante ao Pai, anuncia a vinda do Espírito Santo, anima os seus a um contínuo fervor de caridade e de fé.
Esse fervoroso recolhimento do Redentor continua em Getsemani, quando se apercebe de que já está iminente a Paixão, com as humilhações e as dores que se aproximam, essa Cruz dura, onde suspendem os malfeitores e que Ele desejou ardentemente. Pai, se é do teu agrado, afasta de mim este cálice. E logo a seguir: não se faça, contudo, a minha vontade, mas a tua. Mais tarde, pregado ao madeiro, só, com os braços estendidos num gesto de sacerdote eterno, continua a manter o mesmo diálogo com o seu Pai: nas tuas mãos encomendo o meu espírito.
Documento impresso de https://escriva.org/pt-pt/amigos-de-dios/240/ (19/04/2024)