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Não deis o mínimo crédito aos que apresentam a virtude da humildade como um amesquinhamento humano ou como uma condenação perpétua à tristeza. Sentir-se barro, recomposto com gatos, é fonte contínua de alegria; significa reconhecer-se pouca coisa diante de Deus: criança, filho. E haverá maior alegria do que a daquele que, sabendo-se pobre e débil, se sabe também filho de Deus? Porque é que nós, homens, nos entristecemos? Porque a vida na terra, não se passa como nós, pessoalmente, esperávamos e porque surgem obstáculos que impedem ou dificultam a satisfação do que pretendemos.

Nada disto acontece quando a alma vive essa realidade sobrenatural da sua filiação divina. Se Deus é por nós, quem será contra nós. Que estejam tristes os que se empenham em não se reconhecerem filhos de Deus, tenho eu repetido sempre.

Para terminar, descobrimos na liturgia de hoje duas petições que hão-de sair como setas, da nossa boca e do nosso coração: concede-nos, Senhor todo-poderoso, que realizando sempre os divinos mistérios mereçamos abeirar-nos dos dons celestiais. E, pedimos-Te, Senhor, que nos deixes servir-Te constantemente segundo a tua vontade. Servir, servir, filhos meus, é o que é próprio de nós. Sermos criados de todos, para que nos nossos dias o povo fiel aumente em mérito e número.

Referências da Sagrada Escritura
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