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O fim da Igreja

São Paulo, no primeiro capítulo da Epístola aos Efésios, afirma que o mistério de Deus, anunciado por Cristo, se realiza na Igreja. Deus Pai pôs debaixo dos pés de Cristo todas as coisas, e constituiu-O cabeça de toda a Igreja, que é o Seu corpo e o complemento d'Aqueleque cumpre tudo em todos . O mistério de Deus é, uma vez chegada a plenitude dos tempos, restaurar em Cristo todas as coisas, assim as que há no céu, como as que há na terra.

Um mistério insondável, de pura gratuitidade de amor: porque Ele mesmo nos escolheu antes da criação do mundo, por amor, para sermos santos e imaculados diante d'Ele. O amor de Deus não tem limites: o próprio São Paulo anuncia que o Nosso Salvador quer que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade.

Este, e não outro, é o fim da Igreja: a salvação das almas, uma a uma. Para isso o Pai enviou o Filho, e Eu envio-vos também a vós. Daí o mandato de dar a conhecer a doutrina e de baptizar, para que, pela graça, a Santíssima Trindade habite na alma: foi-Me dado todo o poder no Céu e na terra. Ide, pois, ensinai todas as gentes, baptizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, ensinando-as a observar todas as coisas que vos mandei; e eis que Eu estou convosco todos os dias até à consumação dos séculos.

São as palavras simples e sublimes do final do Evangelho de S. Mateus: aí se assinala a obrigação de pregar as verdades de fé, a urgência da vida sacramental, a promessa da contínua assistência de Cristo à Sua Igreja. Não se é fiel a Nosso Senhor se se passa por cima destas realidades sobrenaturais: a instrução na fé e na moral cristãs, a prática dos sacramentos. Com este mandato Cristo funda a Sua Igreja. Tudo o resto é secundário.

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