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A Igreja é Apostólica

Nosso Senhor funda a sua Igreja sobre a debilidade - mas também sobre a fidelidade - de alguns homens, os Apóstolos, aos quais promete a assistência constante do Espírito Santo. Leiamos outra vez o texto conhecido, que é sempre novo e actual: Foi-me dado todo o poder no céu e na terra. Ide, pois, ensinai todas as gentes, baptizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, ensinando-as a observar todas as coisas que vos mandei, e eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos.

A pregação do Evangelho não surge na Palestina pela iniciativa pessoal de umas tantas pessoas fervorosas. Que podiam fazer os Apóstolos? Não valiam absolutamente nada no seu tempo; não eram ricos, nem cultos, nem heróis do ponto de vista humano. Jesus lança sobre os ombros deste punhado de discípulos uma tarefa imensa, divina. Não fostes vós que me escolhesses, mas fui eu que vos escolhi a vós, e que vos destinei para que vades e deis fruto, e para que o vosso fruto permaneça, a fim de que tudo o que pedirdes a meu Pai em meu nome, ele vo-lo conceda.

Através de dois mil anos de história, conserva-se na Igreja a sucessão apostólica. Os bispos, declara o Concilio de Trento, sucederam no lugar dos Apóstolos e estão colocados, como diz o próprio Apóstolo (Paulo), pelo Espírito Santo para reger a Igreja de Deus (Act. XX, 28). E, entre os Apóstolos, o próprio Cristo tornou Simão objecto duma escolha especial: Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja. Eu roguei por ti, também acrescenta, para que a tua fé não pereça; e tu, uma vez convertido, confirma os teus irmãos.

Pedro muda-se para Roma e fixa ali a sede do primado, do Vigário de Cristo. Por isso, é em Roma onde melhor se adverte a sucessão apostólica, e por isso é chamada a Sé apostólica por excelência. Proclamou o Concilio Vaticano II, com palavras de um Concilio anterior, o de Florença, que todos os fiéis de Cristo devem crer que a Santa Sé Apostólica e o Romano Pontífice possuem o primado sobre todo o orbe, e que o próprio Romano Pontífice é sucessor do bem-aventurado Pedro, príncipe dos Apóstolos, verdadeiro vigário de Jesus Cristo, cabeça de toda a Igreja e pai e mestre de todos os cristãos. A ele foi entregue por Nosso Senhor Jesus Cristo, na pessoa do bem-aventurado Pedro, plena potestade de apascentar, reger e governar a Igreja universal.

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