Lista de pontos
"Não podemos ser sectários", diziam-me, com ar de equanimidade, perante a firmeza da doutrina da Igreja.
Depois, quando lhes fiz ver que quem tem a Verdade não é sectário, compreenderam o seu engano.
Para tantos momentos da História (que o diabo se encarrega de repetir) parecia-me muito acertada aquela consideração que me escrevias sobre a lealdade: "Trago todo o dia no coração, na cabeça e nos lábios uma jaculatória: Roma!".
Nunca partilharei, nem no terreno ascético nem no jurídico, a ideia dos que pensam e vivem como se o serviço à Igreja fosse um modo de subir na vida.
Custa-te ver que alguns têm a técnica de falar da Cruz de Cristo, só para subirem e conquistarem posições… São os mesmos que não acham correcto nada do que vêem, quando não coincide com o seu critério.
Razão de sobra para que perseveres na rectidão das tuas intenções, e para que peças ao Mestre que te conceda a força de repetir: "Non mea voluntas, sed tua fiat!" - Senhor, que eu cumpra com amor a tua Santa Vontade!
Cada dia hás-de crescer em lealdade à Igreja, ao Papa, à Santa Sé… Com um amor cada vez mais teológico!
Tens um grande anseio de amar a Igreja; tanto maior, quanto mais se agitam os que pretendem desfigurá-la. Parece-me muito lógico, porque a Igreja é tua Mãe.
Os que não querem compreender que a fé exige serviço à Igreja e às almas, mais cedo ou mais tarde invertem os termos, e acabam por se servirem da Igreja e das almas para os seus fins pessoais.
Oxalá não caias, nunca, no erro de identificar o Corpo Místico de Cristo com determinada atitude, pessoal ou pública, de qualquer um dos seus membros.
E oxalá não dês pé a que gente menos formada caia nesse erro.
- Vê como é importante a tua coerência, a tua lealdade!
Embora pareça um paradoxo, não é raro que aqueles que a si mesmos se chamam filhos da Igreja sejam, precisamente, os que maior confusão semeiam.
Ficaste muito pensativo ao ouvir-me dizer: - Quero ter o sangue da minha Mãe a Igreja e não o de Alexandre, ou o de Carlos Magno, ou o dos sete sábios da Grécia.
Pode acontecer que haja entre os católicos alguns de pouco espírito cristão; ou que dêem essa impressão aos que convivem com eles em determinado momento.
Mas, se te escandalizasses por isso, demonstrarias conhecer pouco a miséria humana… e a tua própria miséria. Além disso, não é justo nem leal servir-se das fraquezas desses poucos para difamar Cristo e a sua Igreja.
- "Enquanto não quiserem obrigar-me a pecar!…". Palavras cheias de fortaleza daquela pobre criatura, sujeita a inimigos poderosos, e já quase aniquilada na sua vida pessoal e nos seus nobres empenhos humanos e cristãos.
Pensa nelas, e aprende: "Enquanto não quiserem obrigar-me a pecar!".
Documento impresso de https://escriva.org/pt-pt/book-subject/surco/32391/ (09/05/2024)