Lista de pontos

Há 2 pontos em «Cristo que Passa» cujo tema é Otimismo → e esperança.

Cristo espera-nos. Vivemos já como cidadãos do céu sendo plenamente cidadãos da Terra, no meio de dificuldades, de injustiças, de incompreensões, mas também no meio da alegria e da serenidade que dá saber-se filho amado de Deus. Perseveremos no serviço do nosso Deus e veremos como aumenta em número e em santidade este exército cristão de paz, este povo de corredenção. Sejamos almas contemplativas, com um diálogo constante, convivendo com o Senhor a toda a hora: desde o primeiro pensamento do dia ao último da noite, pondo continuamente o nosso coração em Jesus Cristo Senhor Nosso, chegando até junto d'Ele por intermédio da Nossa Mãe Santa Maria e, por Ele, ao Pai e ao Espírito Santo.

Se, apesar de tudo, a subida de Jesus aos Céus nos deixa na alma um amargo rasto de tristeza, acudamos a sua Mãe como fizeram os apóstolos: então, voltaram a Jerusalém… e oravam unanimemente… com Maria, a Mãe de Jesus.

A alegria cristã

Recolhamos de novo o tema que a Igreja nos propõe: Maria subiu aos céus em corpo e alma: os anjos rejubilam! Penso também no júbilo de S. José, seu Esposo castíssimo, que a aguardava no paraíso. Mas voltemos à Terra. A fé confirma-nos que aqui em baixo, na vida presente, estamos em tempo de viagem, pelo que não faltarão os sacrifícios, a dor e as privações. Todavia, a alegria há-de ser sempre o contraponto do caminho.

Servi ao Senhor com alegria. Não há outro modo de servi-Lo,. Deus ama quem dá com alegria, quem se entrega totalmente num sacrifício gostoso porque não há motivo algum que justifique o desânimo!

Talvez julgueis que este optimismo é excessivo, porque todos os homens conhecem as suas insuficiências e os seus fracassos, experimentam o sofrimento, o cansaço, a ingratidão, talvez até o ódio. Nós, os cristãos, se somos iguais aos outros, como poderemos estar livres dessas constantes da condição humaniza?

Seria ingénuo negar a reiterada presença da dor e do desânimo, da tristeza e da solidão, durante a nossa peregrinação por esta terra. Aprendemos pela fé com segurança que tudo isso não é produto do acaso e que o destino da criatura não é caminhar para a aniquilação dos seus desejos de felicidade. A fé ensina-nos que tudo tem um sentido divino, pois esta é uma característica intrínseca e própria do caminho que nos leva à casa do Pai. Esta maneira sobrenatural de compreender a existência terrena do cristão, não simplifica a complexidade humana, mas assegura ao homem que essa complexidade pode ser penetrada pelo nervo do amor de Deus, pelo cabo forte e indestrutível, que liga a vida na Terra com a vida definitiva na Pátria.

A festa da Assunção de Nossa Senhora apresenta-nos a realidade dessa feliz esperança. Somos ainda peregrinos, mas a Nossa Mãe precedeu-nos e aponta-nos já o termo do caminho. Repete-nos que é possível lá chegar e que, se formos fiéis, lá chegaremos, pois a Santíssima Virgem não é só nosso exemplo, mas também auxílio dos cristãos. E perante a nossa petição - Monstra te esse Matrem mostra que és Mãe - não pode nem quer negar-se a cuidar dos seus filhos com solicitude maternal.