Lista de pontos
A santa desvergonha é uma característica da "vida de infância". À criança, nada a preocupa. - As suas misérias, as suas naturais misérias, põem-se em evidência com simplicidade, ainda que toda a gente esteja a vê-la…Essa desvergonha, aplicada à vida sobrenatural, traz este raciocínio: louvor… menosprezo; admiração… escárnio; honra… desonra; saúde… doença; riqueza… pobreza; formosura… fealdade…
E tudo isso… que importa?
Não é verdade, Senhor, que Te dava grande consolação a "subtileza" daquele homenzarrão--menino que, ao sentir o desapontamento que produz obedecer em coisas desagradáveis e em si repugnantes, Te dizia baixinho: Jesus, que eu faça boa cara!?
Na vida espiritual de infância, as coisas que as "crianças" dizem ou fazem nunca são criancices nem puerilidades.
Não te esqueças, menino louco, de que o Amor te tornou omnipotente.
Menino: não percas o teu carinhoso costume de "assaltar" Sacrários.
Quando te chamo "menino bom", não penses que te imagino encolhido, acanhado. - Se não és varonil e… normal, em lugar de seres um apóstolo, serás uma caricatura que provoca riso.
Menino bom, diz a Jesus muitas vezes ao dia: amo-Te, amo-Te, amo-Te…
Quando te afligirem as tuas misérias, não fiques triste. - Glorifica-te nas tuas fraquezas com São Paulo, porque às crianças é permitido, sem temor do ridículo, imitar os grandes.
Que as tuas faltas e imperfeições, e mesmo as tuas quedas graves, te não apartem de Deus. - A criança débil, se é sensata, procura estar perto de seu pai.
Não te preocupes se te aborreceres quando fazes essas mesmas coisas que Ele te pede. - Ainda chegarás a sorrir…
Não vês com que pouca vontade o menino simples dá ao pai, que o experimenta, a guloseima que tinha nas mãos? - Mas dá-lha; venceu o amor.
Quando queres fazer as coisas bem, muito bem, é que as fazes pior. - Humilha-te diante de Jesus, dizendo-Lhe: viste como faço tudo mal? - Pois se não me ajudas muito, ainda farei pior!
Tem compaixão do teu menino; olha que quero escrever todos os dias uma página grande no livro da minha vida… Mas sou tão rude! Se o Mestre não me pega na mão, em vez de letras esbeltas saem da minha pena gatafunhos e borrões que se não podem mostrar a ninguém. De agora em diante, Jesus, escreveremos sempre juntos os dois.
Reconheço a minha rudeza, meu Amor, que é a tanta…, tanta, que até quando quero acariciar, magoo. - Suaviza as maneiras da minha alma; dá--me, quero que me dês, dentro da forte virilidade da vida de infância, aquela delicadeza e meiguice que as crianças têm, com íntima efusão de amor, no convívio com os pais.
Documento impresso de https://escriva.org/pt-pt/book-subject/camino/32430/ (08/05/2024)