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Pensas que os teus pecados são muitos, que o Senhor não poderá ouvir-te? Não é assim, porque tem entranhas de misericórdia. Se, apesar desta maravilhosa verdade, dás conta da tua miséria, mostra-te como o publicano: Senhor, aqui estou, tal como Tu vês! E observai o que nos conta S. Mateus, quando põem diante de Jesus um paralítico. Aquele doente não diz nada: só está ali, na presença de Deus. E Cristo, comovido por essa contrição, pela dor daquele que sabe que nada merece, não tarda em reagir com a sua misericórdia habitual: Tem confiança, são-te perdoados os teus pecados.

Eu aconselho-te a que, na tua oração, intervenhas nas passagens do Evangelho, como um personagem mais. Primeiro, imaginas a cena ou o mistério, que te servirá para te recolheres e meditares. Depois, aplicas o entendimento, para considerar aquele rasgo da vida do Mestre: o seu Coração enternecido, a sua humildade, a sua pureza, o seu cumprimento da Vontade do Pai. Conta-lhe então o que te costuma suceder nestes assuntos, o que se passa contigo, o que te está a acontecer. Mantém-te atento, porque talvez Ele queira indicar-te alguma coisa: surgirão essas moções interiores, o caíres em ti, as admoestações.

Referências da Sagrada Escritura
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