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Talvez - examina-te a fundo - também nós não mereçamos o elogio que esse cura de aldeia fazia à burra. Trabalhámos muito, ocupámos tantos cargos de responsabilidade, triunfaste nesta e naquela tarefa humana… mas, na presença de Deus, não encontras nada de que devas lamentar-te? Procuraste de verdade servir a Deus e aos homens teus irmãos, ou fomentaste o teu egoísmo, a tua glória pessoal, as tuas ambições, o teu êxito exclusivamente terreno e penosamente caduco?

Se falo um pouco cruamente, é porque quero fazer uma vez mais um acto de contrição muito sincero e porque queria que cada um de vocês também pedisse perdão. Perante as nossas infidelidades, à vista de tantos enganos, de fraquezas, de cobardias - cada um com as suas -, repitamos do fundo do coração a Nosso Senhor aquelas exclamações contritas de S. Pedro: Domine, tu omnia nosti, tu scis quia amo te!; Senhor! Tu sabes tudo, Tu sabes que te amo, apesar das minhas misérias! E atrevo-me a acrescentar: Tu sabes que te amo, precisamente por causa dessas minhas misérias, pois elas levam-me a apoiar-me em Ti, que és a fortaleza: quia Tu es, Deus, fortitudo mea. E a partir daqui, recomecemos.

Referências da Sagrada Escritura
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