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Acontece, porém, que algumas pessoas - são boas, bondosas - afirmam por palavras que aspiram a difundir o formoso ideal da nossa fé, mas se contentam na prática com uma conduta profissional superficial e descuidada, própria de cabeças-no-ar. Se nos encontrarmos com alguns destes cristãos de fachada, temos de ajudá-los com carinho e com clareza e recorrer, quando for necessário, a esse remédio evangélico da correcção fraterna: Irmãos, se porventura alguém for surpreendido nalguma falta, vós, os espirituais, corrigi-o com espírito de mansidão; e tu, acautela-te a ti mesmo, não venhas também a cair na tentação. Levai os fardos uns dos outros e desse modo cumprireis a lei de Cristo. E se para além da sua profissão de católicos se acrescentam outros motivos - mais idade, experiência ou responsabilidade - nessa altura, por maioria de razão temos de falar, temos que procurar que reajam, a fim de conseguirem maior influência na sua vida de trabalho, orientando-os como um bom pai, como um mestre, sem humilhar.

Sensibiliza bastante meditar calmamente o comportamento de S. Paulo: De facto, vós sabeis como deveis comportar-vos para nos imitardes, porquanto não fomos, entre vós, preguiçosos, nem foi a expensas alheias que comemos o pão, de quem quer que fosse, mas trabalhámos noite e dia, entre fadigas e privações, para não sermos pesados a nenhum de vós… Daí a razão por que, justamente quando nos encontrávamos entre vós, vos intimávamos que se alguém não quer trabalhar, abstenha-se também de comer.

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