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Render para Deus
Consideremos agora a parábola daquele homem que, estando para empreender uma viagem, chamou os seus servos e lhes entregou os seus bens. Confia a cada um deles uma quantia diferente, para ser administrada na sua ausência. Parece-me muito oportuno repararmos bem na conduta daquele que aceitou um talento: comporta-se de uma forma que na minha terra se chama esperteza de cuco. Pensa, raciocina com aquele cérebro pequenino e decide-se: cavou na terra e escondeu o dinheiro do seu senhor.
Que ocupação escolherá depois este homem, se abandonou o instrumento de trabalho? Decidiu irresponsavelmente optar pela comodidade de devolver só o que lhe entregaram. Dedicar-se-á a matar os minutos, as horas, os dias, os meses, os anos, a vida! Os outros afadigam-se, negoceiam, empenham-se nobremente em restituir mais do que receberam: aliás, o legítimo fruto, porque a recomendação foi muito concreta: negotiamini dum venio, encarregai-vos deste trabalho para conseguirdes algum lucro, até que o dono regresse. Pois este não; este inutiliza a sua existência.
Documento impresso de https://escriva.org/pt-pt/amigos-de-dios/45/ (28/03/2024)