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Estamos obrigados a defender a liberdade pessoal de todos, sabendo que Jesus Cristo foi quem nos conquistou essa liberdade. Se não o fizermos, com que direito reivindicaremos a nossa? Também devemos difundir a verdade, porque veritas liberabit vos, a verdade liberta-nos, enquanto a ignorância escraviza. Temos de defender o direito de todos os homens à vida, à posse do necessário para uma existência digna, ao trabalho e ao descanso, à escolha do seu estado, à constituição de um lar, a trazer filhos ao mundo dentro do matrimónio e a poder educá-los, a passar serenamente o tempo da doença ou da velhice, ao acesso à cultura, à associação com os outros cidadãos para fins lícitos e, em primeiro lugar, a conhecer e amar Deus com plena liberdade, porque a consciência, sendo recta, descobre a marca do criador em todas as coisas.

Precisamente por isso, é urgente repetir - não me meto em política, estou só a expor a doutrina da Igreja - que o marxismo é incompatível com a fé de Cristo. Existe alguma coisa mais oposta à fé do que um sistema que baseia tudo em eliminar da alma a presença amorosa de Deus? Gritai isso com muita força, de modo que se oiça claramente a vossa voz: para praticar a justiça não precisamos do marxismo para nada. Pelo contrário, esse erro gravíssimo, pelas suas soluções exclusivamente materialistas que ignoram o Deus da paz, levanta obstáculos à felicidade e ao entendimento entre os homens. Dentro do cristianismo achamos a boa luz que dá sempre resposta a todos os problemas; basta que vos empenheis sinceramente em ser católicos, non verbo neque lingua, sed opere et veritate, não com palavras e com a língua, mas com obras e com verdade. Afirmai isto sempre que se vos apresente a ocasião - procurai-a se for preciso - sem reticências, sem medo.

Referências da Sagrada Escritura
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