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A Igreja é, por vontade divina, uma instituição hierárquica. Sociedade hierarquicamente organizada, assim lhe chama o Concílio Vaticano II, na qual os ministros têm um poder sagrado. A hierarquia não só é compatível com a liberdade, mas está também ao serviço da liberdade dos filhos de Deus.

O termo democracia não tem sentido na Igreja que - insisto - é hierárquica por vontade divina. No entanto, hierarquia significa governo santo e ordem sagrada, e de modo algum arbitrariedade humana ou despotismo infra-humano. Nosso Senhor dispôs que existisse na Igreja uma ordem hierárquica, que não há-de transformar-se em tirania, porque a própria autoridade, bem como a obediência, é um serviço.

Na Igreja há igualdade: uma vez baptizados, somos todos iguais, porque somos filhos do mesmo Deus, Nosso Pai. Como cristãos, não há qualquer diferença entre o Papa e a última pessoa a incorporar-se na Igreja. Mas esta igualdade radical não implica a possibilidade de mudar a constituição da Igreja, naquilo que foi estabelecido por Cristo. Por expressa vontade divina temos uma diversidade de funções, que comporta também uma capacidade diversa, um carácter indelével conferido pelo Sacramento da Ordem para os ministros sagrados. No vértice dessa ordenação está o sucessor de Pedro e, com ele, e sob ele, todos os bispos: com a sua tríplice missão de santificar, de governar e de ensinar.

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